A pregação cristã (o sermão, a mensagem) é sempre “contextual”, ou seja, está inserida em algum “ambiente” – na verdade, em vários: o teológico, o literário, o cultural, o histórico; etc. – e o litúrgico (o culto ou a missa). Ela não acontece num vácuo, mas é precedida e seguida de diversos elementos litúrgicos, como a leitura da Bíblia, o canto, a confissão de pecados, a oração, a ceia, etc. Assim, ela é “afetada” por estes elementos e, ao mesmo tempo, os “afeta”. (Obviamente, a “pregação litúrgica” somente faz sentido em igrejas que mantém a tradição cúltica do Cristianismo.)
Um livro relativamente recente que lida com o assunto é Liturgical Preaching (Concordia, Saint Louis, EUA, 2001). Trata-se de uma coletânea de 12 ensaios escritos por diferentes autores. Estes são alguns dos temas tratados: O lugar do sermão na ordem litúrgica; Pregação sacramental: A Santa Ceia; Hinódia e pregação; Pregando na comunidade de fé; Lei e Evangelho no sermão e no culto.
Nota: Existem poucos textos sobre o assunto em português. Em inglês, é possível encontrar diversos materiais – livros e artigos -, além do livro sugerido neste post. Lembro dois livros mais antigos que abordam o tema: “The Word in Worship: Preaching in a Liturgical Context” , de William Skudlarek, e “The Renewal of Liturgical Preaching”, de George M. Bass.
Trecho: “Na liturgia, tesouros estão escondidos no campo. O sermão revela estes tesouros para que o ouvinte possa possuí-los. ‘Invocação, confissão, absolvição, gratidão, credo, proclamação, intercessão, sacramento, bênção…’ Sem o sermão, não existe diálogo inteligível com a nossa sociedade pós-moderna… O sermão, ao ver o povo de Deus como a liturgia não pode, leva a vida da congregação ao clímax por meio da Palavra e permite que o Espírito coloque as pérolas nos corações e vidas dos fieis.” (Pág. 21)