> Livro 23: Elementos essenciais da pregação.

Dica de leitura 03

Quais são os elementos essenciais da pregação cristã?  Certamente não é possível elaborar uma lista fechada.  Warren e David Wierbse tentaram sintetizar os principais no livro The Elements of Preaching (Tyndale, 1986).  O subtítulo é, em português, “A arte da pregação bíblica – apresentada de forma clara e simples”.  Em formato de bolso, o livro tem 110 páginas.

ImagemOs autores falam pouco sobre muitos temas.  São dois grandes blocos. O primeiro lida com “princípios da pregação”.  Ele tem 26 “capítulos”.  O segundo, com 14 “capítulos”, enfatiza “proibições da pregação”.  Cada um dos temas recebe um espaço médio de duas páginas (formato de bolso).

No “prefácio”, os autores indicam que o livro não é um manual de homilética.  Da mesma forma, não procura defender qualquer abordagem especial sobre a pregação.  “Nosso propósito é colocar as questões básicas que o pregador precisa dominar antes que possa começar a usa adequadamente os que outros livros ensinam… A ênfase é nas questões básicas.”

Entre as “questões básicas” encontram-se temas como O pregador e a mensagem; Intenção e conteúdo; Clareza; Expressão e não impressão; Pregando o tempo presente; Melhorando a pregação; Pregação como culto; Usando o tempo com sabedoria; Entrega desleixada; Abusando do humor; etc.

Os autores apresentam um “roteiro” de temas que devem ser de interesse do pregador que procura se aprender e se aprimorar.  Eles precisam ser desenvolvidos em sala de aula ou por meio de outro ambiente ou material.   O pregador precisa ir (e muito) além do “básico”.

> Livro 18: Os ventos da pregação

Dica de leitura 03

NOTA: Este post acerca do livro Choosing to Preach (“Escolhendo pregar” – veja os dados bibliográficos no final do post) é bem mais extenso do que o habitual deste blogue.  Na verdade, trata-se de uma síntese que foi incluída no meu livro Pregação Criativa (capítulo 3).  Para se ter uma noção mais adequada da ideia do autor é preciso um espaço maior.

Kenton C. Anderson é um dos expoentes atuais da homilética norte-americana.  Uma das suasImagem preocupações tem sido o mapeamento das tendências homiléticas mais modernas e a sua aplicação no cotidiano do pregador.

Em um dos seus artigos[i], Anderson apresenta de forma sucinta e em termos gerais as tendências homiléticas atuais, especialmente em termos de conteúdo.  Faz uso, para isso, da analogia de um mapa.  Assim como um mapa atualizado é muito mais seguro e útil do que um antigo,  mesmo que ambos descrevam a mesma área geográfica, também para a pregação há necessidade, segundo Anderson, de um mapa homilético para os dias atuais. .[ii] 

Anderson sugere que, assim como um mapa de um país, o mapa da pregação pode fazer uso dos pontos cardeais – Norte e Sul, Leste e Oeste.  Esses pontos oferecem uma visão geral dos quatro principais territórios homiléticos existentes.  No Leste e no Oeste estão dois polos homiléticos: o processo dedutivo e o processo indutivo.  Eles têm a ver sobre a origem da pregação e a sua finalidade.  O sermão dedutivo tem o objetivo de levar o ouvinte a se submeter em fé a um Deus transcendente que se revela, cuja  revelação é a verdade suprema.  Já o sermão indutivo está preocupado com soluções; seu objetivo é ajudar o ouvinte a encontrar caminhos divinos para resolver problemas do cotidiano e a responder a necessidades particulares.

Os pontos Norte e Sul são, respectivamente, cognição e afeição.  Eles determinaram  como o sermão será estruturado para alcançar o seu objetivo.  O sermão cognitivo procura explicar os conceitos e ideias através da razão e da lógica, a fim de que o ouvinte chegue a um determinado nível de compreensão.  Já o sermão afetivo quer levar o ouvinte a uma experiência a respeito do conteúdo que é oferecido pela mensagem.

O objetivo principal na terra dos sermões cognitivos e dedutivos é a  proclamação.  O pregador leva o ouvinte a escutar e a se submeter à vontade de Deus em sua vida de fé.  A chave para esses tipos de sermões é a instrução na vontade de Deus.

Já os sermões afetivos e indutivos têm como foco principal a persuasão.  O pregador usa  narrativas, imagens e outros recursos persuasivos para levar o ouvinte a uma vida de submissão a Deus.  O fator crítico desses sermões é a motivação para inspirar os ouvintes a resolver seus problemas.  Embora todo pregador sempre esteja preocupado coma proclamação, instrução, persuasão e motivação, cada sermão terá um foco diferente, dependendo de onde se localiza (“habita”) no território homilético.

As pessoas tendem a habitar em territórios onde se sentem melhor.  Ouvintes que apreciam histórias tendem a viver em territórios indutivos e afetivos.  Mas eles também podem viver em outro território por razões teológicas.  É o caso daqueles que julgam que a submissão a Deus pela fé é um valor maior do que a busca de soluções para seus problemas cotidianos.  Outros habitam em algum território por simples hábito, porque foram criados nele.  Como o mapa homilético é feito de modelos, as fronteiras não estão fechadas.  O pregador ou o ouvinte pode residir em um território, mas também se sentir confortável no outro lado da fronteira.

Segundo Anderson, na terra dos sermões DedCog (Dedutivo-Cognitivo) residem os sermões declarativos.  Eles são utilizados por pastores que valorizam abordagens tradicionais na exegese bíblica.  Os pregadores e ouvintes desses sermões não querem “perder tempo” contando e ouvindo muitas histórias.  Os Dedcogianos são observadores e pensadores.

Já no território CogInd (Cognitivo-Indutivo) se encontram os sermões pragmáticos.  Através do texto bíblico, eles procuram resolver os problemas dos ouvintes.  Os Cogindianos são fazedores e pensadores.

Na terra dos pregadores IndAfe (Indutivo-Afetivo) moram os sermões narrativos.  Os pregadores  atuam como contadores de histórias.  Os Indafianos são fazedores e “sentidores”.  Já na terra dos sermões AfeDed (Afetivo-Dedutivo), os pregadores costumam pregar sermões visionários.  Tendo como inspiração os artistas, eles “pintam quadros” para motivar seus ouvintes a responder à verdade.  Os Afededianos são observadores e “sentidores”. 

Como nos territórios reais, as pessoas que vivem nos territórios homiléticos podem ser bairristas.  Os Indafianos, por exemplo, podem se sentir superiores – ou inferiores – aos Decogianos.  Mas um território não anula a existência do outro. Ao contrário  coexistem como vizinhos e não disputam o mesmo território.  Além disso, as fronteiras estão abertas.  Com certeza, a pregação cristã deve encorajar os ouvintes a se submeterem à vontade de Deus.  Mas isso não significa que a Palavra de Deus não tenha nada a dizer em relação aos problemas humanos.  De igual forma, segundo Anderson, seria tão válido explicar como experimentar a verdade da Palavra de Deus.  O fato é que um bom sermão é aquele que comunica a Palavra de Deus, de modo relevante, para ouvintes de diferentes territórios.

A partir dessa fundamentação inicial, Anderson aponta para quatro  estruturas básicas de sermões (além de uma quinta, como veremos), das quais podem derivar várias outras.  A seguir, apresento uma síntese de cada uma delas.[iii]

 1. O Sermão Declarativo

É composto de argumentos.  Como um advogado que defende uma causa, o pregador apresenta os fatos de forma ordenada e da maneira mais convincente possível.  Essa estrutura dominou boa parte dos modelos homiléticos no século 20 (e ainda domina em muitos círculos religiosos, especialmente os mais tradicionais).

Esse tipo de sermão é dedutivo em sua orientação, sendo antes uma apresentação de ideias prontas pelo pregador do que a descoberta delas pelos ouvintes.  Ele é mais cognitivo em sua forma, já que seu apelo é mais lógico do que emocional.  Ele surge, segundo Anderson,

 da ideia de que o ouvinte escuta o sermão assim como ele é apresentado.  Esse tipo de sermão é aceito como sendo uma palavra da parte de Deus que todos devem obedecer.  Ele tem apelo para os ouvintes que apreciam argumentos e respeitam a verdade objetiva.  Pregar um sermão declarativo significa instruir os ouvintes no caminho em que devem andar.  A principal preocupação é que o sermão seja claro, pois a mensagem precisa ser compreendida.  Se a mensagem é vista como lógica e verdadeira, ela será inerentemente persuasiva. Abordagens criativas para a apresentação não são estritamente necessárias.  O Espírito Santo irá operar poderosamente para aplicar a verdade assim como ela é oferecida.[iv]

 O Sermão Declarativo tem uma estrutura relativamente simples.  Após a introdução, o tema é desenvolvido por meio de múltiplos pontos até o desfecho ou conclusão.  Os pontos do sermão são as razões ou premissas que, combinadas, devem produzir uma sólida argumentação.  Tais  pontos podem ser ilustrados e devem ser aplicados.  O fluxo dos vários elementos da estrutura é determinado por transições.

Devido à natureza dessa estrutura, o pregador costuma escrever todo o sermão.  Alguns utilizam o manuscrito no púlpito , enquanto outros preferem usar apenas algumas anotações.  Poucos se arriscam a pregar livremente.

2. O Sermão Pragmático

A  estrutura pragmática de sermão começou a popularizar-se,  nos Estados Unidos,  nas últimas décadas do século 20.  Neste modelo, a pregação  segue os passos de um detetive que tenciona resolver um caso policial ou descobrir um mistério:  “Como um detetive, o pregador pragmático atua para decifrar mistérios para os ouvintes.”[v]  O sermão começa com uma necessidade do ouvinte, conduzindo-o para uma solução. A mensagem ganha um caráter indutivo, a saber, começa com informações isoladas em busca de um sentido geral.  São comuns, na pregação pragmática,  temas como desemprego, problemas de relacionamento, incertezas espirituais, entre outros.  Os sermões podem ter títulos como “5 maneiras de…”, ou “7 leis espirituais para…” ou “Como ter sucesso na vida espiritual”.  A estrutura  como no sermão declarativo,  cognitiva, pois está focada no conhecimento.  O pressuposto é simples: se o ouvinte puder aprender a pensar corretamente, então ele também poderá viver corretamente.

Sermões não são peças de ficção.  Quando pregamos, estamos falando sobre os nossos problemas, os mistérios que nos afligem.   O processo nos envolve porque desejamos compreender as soluções que Deus tem para as nossas questões.  Quando o sermão termina, somos nós os que podemos viver felizes segundo a verdade que nos foi mostrada.  Tendo ouvido a voz de Deus, somos capazes de sair e realizar o que ele disse.  É o nosso mundo que estava quebrado e o nosso mundo que foi consertado – pelo menos,  em certa medida.[vi]

 Como se pode notar, a ênfase primordial do sermão pragmático está na agenda do ouvinte.  Comparado ao sermão declarativo, ele percorre o caminho inverso:  começa na aplicação e retrocede para os princípios cognitivos que motivam a mudança requerida.  O pregador precisa ser um bom intérprete da realidade na qual vivem os ouvintes – e, talvez, ele próprio.  Eventualmente, a percepção da necessidade humana pode aflorar de um texto bíblico.  De qualquer forma, as “pistas” para resolver o “mistério” estão nas Escrituras.  O pregador usa a Palavra para encontrar orientações específicas para a questão em foco.

3. O Sermão Narrativo

O chamado sermão narrativo tem a sua origem na Nova Homilética dos anos 70 do século 20.  Nesse modelo, o pregador constrói a sua mensagem como narração de uma história.  A mensagem não segue uma estrutura linear, mas apresenta uma sucessão de “cenas” que vão compondo a narrativa.  A história é o elemento formativo do sermão, e não meramente coadjuvante.  No sermão tradicional, as ilustrações kwefjkqeweram utilizadas para dar um caráter pictórico a determinada proposição. No sermão narrativo, a história é central ou essencial.[vii]

Esse tipo de estrutura é, por natureza, indutiva, pois a descoberta das verdades normalmente emerge de imagens e experiências de vida.  A história permite que o ouvinte se envolva intelectual e emocionalmente no desenrolar do enredo e, consequentemente, na “descoberta” da verdade. 

Os pregadores narrativos normalmente iniciam o sermão com um texto bíblico, no qual identificam o seu foco.  Todavia, esse texto não precisa ser de caráter narrativo.  Segundo Anderson, “todo o texto na Escritura oferece uma história, pois cada parte da Bíblia é ambientada em história humana real.  A Bíblia é sobre pessoas.  Ela não é um documento abstrato.”[viii]

A narrativa, no entanto, não precisa ser necessariamente uma reprodução exata da história bíblica.  Eventualmente, um episódio bíblico pode ser recontado em um contexto atual ou, ainda, uma história contemporânea pode ser utilizada para apresentar um conteúdo bíblico.

O sermão narrativo também precisa concluir com uma aplicação.  Ao contrário do que ocorre em sermões de estrutura cognitiva, que requerem aplicações concretas da verdade proclamada, a aplicação, no modelo narrativo, é feita em termos descritivos da vida do ouvinte.  A história do ouvinte, não a aplicação de um conhecimento adquirido, está em foco no sermão narrativo.  A aplicação é a história dele – na medida em que a narrativa bíblica é também a narrativa de sua própria vida –  encorajando-o a agir de acordo com a vontade de Deus.  É o ouvinte que, em sua vida, dá prosseguimento ou conclui a narrativa.

 4. O Sermão Visionário

A quarta estrutura de sermão é a que Anderson chama de “visionária”.  É o sermão que “pinta um quadro” da verdade através das palavras.  Ele explica a imagem da pintura aplicada ao pregador visionário da seguinte maneira:

 Como um pintor, o pregador visionário vive na intersecção da dedução e da afeição.  Ele vem e apresenta ao ouvinte uma ideia principal, uma mensagem que irá mudar a sua vida.  Ao contrário do pregador declarativo, contudo, esse pregador escolhe comunicar a sua mensagem por meio de uma poderosa visão de um futuro alterado sob o senhorio de Deus.  Ele pinta um quadro que conduzirá o ouvinte-expectador  à compreensão da mensagem.  Tendo sido exposto à visão, o ouvinte precisa lidar com o que viu.[ix]

 O sermão visionário procura se enquadrar em um ambiente social pós-moderno.  Por isso, tenta levar a voz de Deus aos ouvintes através de uma atmosfera multissensorial.  Palavras ainda estão presentes, mas o ouvinte é levado a uma experiência que vai além da mera recepção auditiva.  O pregador procura utilizar uma série de veículos como testemunhos, artes visuais, silêncios, objetos, cheiros e até mesmo expressões tácteis.

A “pintura” é planejada e preparada em um estilo dedutivo.  Um texto bíblico precisa ser escolhido e compreendido.  A ideia principal precisa ser encontrada.  Todavia, o objetivo não é formular uma série de proposições, mas “expor” o ouvinte a um processo de resposta e interação.  A função do pregador, segundo Anderson,  seria mais a de criar maneiras para liberar a voz de Deus, e não tanto a de agir como portador dela.  O pregador, por assim dizer,  é o portador  que empresta sua própria voz à proclamação da Palavra de Deus.  A pregação, como anúncio da Lei e do Evangelho, é um chamado ao arrependimento e à fé que o próprio Deus dirige ao ouvinte pela instrumentalidade da voz do pregador.

O formato  visionário oferece formas tangíveis para que o ouvinte possa responder de forma ativa.  “O final do sermão deve oferecer uma visão do que como a vida pode parecer agora que vimos um quadro do que Deus quer. Agora sabemos o que iremos fazer.”[x]  O ouvinte foi exposto ao chamado de Deus, ao qual deve responder com arrependimento e fé, com apego à palavra de consolo, com obediência aos mandamentos de Deus, como frutos de arrependimento, conforme o conteúdo do texto bíblico e da respectiva pregação.

 5. O Sermão Integrativo

O mapeamento homilético sugerido por Anderson inclui, além das quatro estruturas primárias vistas acima, uma quinta estrutura que reúne todas em um só modelo – o integrativo.

O sermão integrativo é tanto dedutivo como indutivo e apela tanto para a cognição como para a afeição.  Segundo Anderson, “o seu foco não é um determinado grupo de pessoas, mas espera oferecer algo para cada pessoa, em sua dimensão integral. É uma forma holística de pregação, que fala à pessoa toda ao mesmo tempo.”[xi]

A fim de explicar o seu modelo, Anderson o compara ao contexto musical:

 Na música, um meio afetivo (a música) é dado de forma dedutiva (a composição), a fim de expressar ideias cognitivas (a letra) por meio de expressão indutiva (a execução).  O Sermão Integrativo combina esses elementos para produzir uma pregação que combina um argumento lógico (cognição-dedução), um mistério subjacente (cognição-indução), uma história humana (indução-afeição) e uma visão motivadora (afeição-dedução).[xii]

 Tais elementos,  que compõem a pregação integrativa,  podem ser explicados, de maneira sucinta, como segue: – O “argumento lógico” se refere ao conteúdo intelectual que é sugerido pelo texto bíblico.  O sermão deve comunicar a verdade pretendida pela Palavra de Deus nessa passagem bíblica específica.

– O “mistério subjacente” é o contexto no qual o ouvinte tenta alinhar suas pressuposições com a verdade de Deus.  Por “mistério” deve-se entender o que o ouvinte ainda não conhece ou compreende.  Essa “apropriação” da verdade de Deus precisa ocorrer, pois ideias sem dono são meras abstrações.

– A “história humana” se refere ao momento do sermão em que acontece a experiência de vidas que estão entrando “em termos” com Deus através da sua Palavra.  É a “personalização” do texto bíblico, que pode estar tanto nas Escrituras como em meio à multidão.  “A Pregação Integrativa irá ganhar vida e poder na medida em que a mantemos em seu contexto humano inerente.  A Bíblia é pessoa, não estéril. É um documento vivo sobre pessoas reais e a vida real.  Assim precisa ser a nossa pregação.”[xiii]

A “visão motivadora” é o momento em que o pregador motiva o ouvinte em direção ao propósito de Deus para a sua vida.  É a tradicional “aplicação” do sermão. 


[i] Anderson, Kenton C. “Mapping the Landscape of Preaching Today”. Disponível em: >http://www.preaching.org/features/display_feature/16<  Acessado em: 2 jan 2007.
[ii] Segundo Anderson, na história da pregação sempre foram elaborados “mapas” homiléticos.  Um dos mais conhecidos é o mapa proposto por John Albert Broadus, em 1870, dividindo os tipos de sermões existentes entre “textuais”, “tópicos”, “textuais-tópicos” e “expositivos” (ou “expositórios”).  Estes formatos dominaram o cenário da pregação e ainda resistem aos ventos de hoje.  Boa parte das pregações cristãs está baseada nestes modelos, ainda que com algumas inovações.
[iii] Anderson, Kenton C. Choosing to Preach A Comprehensive introduction to sermon options and Structures.  Grand Rapids: Zondervan, 2006.Verifique especialmente a segunda parte – Structures, pp. 127-261. Nesse  livro, o autor apresenta mais detalhadamente o mapa homilético referido no artigo (ver nota 7, acima.
[iv] Ibid., pp. 139, 140.
[v] Ibid., p. 161.
[vi] Ibid., p. 163.
[vii] Veja o Capítulo 25.  Veja,  no Capitulo 9, informações sobre a estrutura básica de uma história.  Veja também os Capítulos 13 e 14 para mais detalhes sobre o sermão com estrutura narrativa.
[viii] Anderson, Choosing to Preach, p. 198.
[ix] Ibid., p. 219.
[x] Ibid., p. 227.
[xi] Ibid., pp. 235, 236.
[xii] Ibid., pp. 242, 243.
[xiii] Ibid., p. 249.

> Livro 10: Conexão-Evangelho

Dica de leitura 03

O teólogo, doutor em literatura e professor de homilética norte-americano Francis C. Rossow é pouco conhecido no Brasil.  Seu livro mais popular – Preaching the Creative Gospel Creatively (“Pregando o Criativo Evangelho Criativamente”), de 1983, não possui tradução oficial (existe uma tradução não oficial que é utilizada em alguns círculos homiléticos brasileiros).

Esta Dica de Leitura apresenta o último livro de Rossow: Gospel Handles – Finding New Connections in Biblical Texts (“Conexões-Evangelho – Localizando novas conexões em textos bíblicos”). Foi publicado pela Concordia de Saint Louis, EUA, em 2001. São 352 páginas.

O título Gospel Handles se refere a uma técnica homilética idealizada por Rossow e inicialmente Imagemapresentada no seu livro Preaching. Considerando o seu uso prático na pregação, a expressão pode ser traduzida como “Conexão-Evangelho” (literalmente, seria algo como “Alavanca-Evangelho”).

Segundo Rossow, a técnica consiste em ter como texto-base para uma pregação uma porção bíblica que não contem Evangelho (a boa notícia da salvação de Deus em Jesus Cristo).  Esta porção bíblica pode eventualmente servir como uma ponte, uma alavanca, ou conexão para o Evangelho, que está situado em outra parte da Escritura.  Esta “alavanca” pode ser um termo, uma frase, uma imagem.  (Todavia, a técnica também pode ser utilizada para “extrair” do texto-base do sermão um “Evangelho extra”, ou seja, uma abordagem evangélica diferente do que a tradicional ou mais evidente.)

A técnica é amplamente demonstrada nesta Dica Leitura, com mais de cinco dezenas de textos bíblicos utilizados.  Note-se que Rossow utiliza somente perícopes (trechos bíblicos) dos quatro Evangelhos – Mateus, Marcos, Lucas e João – e que todos os exemplos são baseados na mais tradicional versão inglesa da Bíblia, a King James.  (É preciso ressaltar: a técnica pode ser baseada em um termo ou expressão bíblica de uma determinada língua e versão que não tem correspondente exato em outra versão ou língua, razão porque seu uso “tal qual” pode ser prejudicado ou até impossível.)

Nota: A técnica idealizada pelo professor Rossow (o qual tive o privilégio de ter como professor em duas disciplinas em meu curso de mestrado) é apresentada e ilustrada também em meu livro Pregação Criativa, no capítulo 19.

> Livro 08: A importância do ouvinte

Dica de leitura 03

A audiência é uma “parte” da pregação que normalmente recebe pouca atenção em manuais homilético.  O foco costuma estar mais na técnica e no pregador – no púlpito.

The preacher and his audience, de Webb B. Garrison (Flemming H. Revell, 1954, 286 páginas), foi um dos primeiros livros a voltar sua atenção especialmente aos ouvintes do processo.  Da mesma forma, foi um dos primeiros a olhar a pregação a partir do ponto de vista da comunicação. Diz o autor: “A pregação é estudada aqui como uma forma especial de comunicação, na qual o papel do ouvinte é tão significativo como o do pregador” (pág. 18). Ainda segundo ele, “havendo apenas um púlpito e um pregador, é possível haver um monólogo, mas não um sermão.  A pregação não pode existir sem o ouvinte e sem quem fala” (pág. 21).

O livrImagemo é desenvolvido em 12 capítulos:

1. Um novo olhar para a pregação
2. A motivação do pregador e do ouvinte
3. A comunicação de sentido
4. A atenção do ouvinte
5. Problemas e oportunidades de estilo
6. Fontes de materiais
7. Forma e ordem no esboço do sermão
8. A ilustração: colocando “carne” nos “ossos”
9. Humor no púlpito
10. Fatores emocionais na persuasão
11. Elementos visuais na pregação
12. Plágio e desenvolvimento de originalidade.

> O exercício da imaginação

” O primeiro passo para um ministério mais criativo é agradecer a Deus por lhe dar uma imaCre 01ginação e pedir que ele lhe ajude a exercitar essa imaginação para que ela seja usada pelo Espírito como uma força criativa em sua vida. A cada manhã, em meu momento particular de devoção, eu coloco diante de Deus o meu corpo, a mente, a vontade, o coração, e a imaginação (Rm 12.1,2) e peço a ele que me use para ser um transformador e não um conformador,  um criador, e não um destruidor.  Estudando, pregando, escrevendo, aconselhando ou conversando com amigos, eu quero que a minha imaginação me enriqueça e me ajude a ter o discernimento para ministrar o melhor que posso.”[i]
[i]
Wierbse, Preaching & Teaching with Imagination, pp. 290, 291.

> Livro 07: Deus tem uma mensagem

Dica de leitura 03

Deus tem uma mensagem para a humanidade.  E uma das formas que transmitir esta mensagem é a pregação, o sermão.

God’s Message; Your Sermon – Discover, Develop, and Deliver What God Meant by What He Said (A mensagem de Deus; o seu sermão – Descubra, desenvolva e entregue (pregue) o que Deus quis dizer quando falou) trata deste assunto.  Foi escrito por H. Wayne House e Daniel G. Garland e publicado em 2007 pela editora41Nqsw53JcL._SL500_AA300_ Thomas Nelson, dos EUA. Tem  406 páginas.

O livro é desdobrado em dois grandes blocos.  No primeiro, ele traz três partes que abordam as questões que aparecem no seu subtítulo: descobrir o que Deus quis dizer, desenvolver este conteúdo e, por fim, entregá-lo, pregá-lo.   Como se nota, este bloco é segue basicamente a formatação de um manual homilético.  Como os autores seguem o tipo expositivo de pregação, estas questões estão mais direcionadas para ele.

O segundo bloco traz uma grande série de “demonstrações” baseadas na fundamentação do bloco anterior.  Estas “demonstrações” seguem os gêneros literários da Bíblia: Pentateuco, Narrativa Histórica, Livros Poéticos, Profecias do Antigo Testamento, Evangelhos e Atos, Epístolas e Apocalipse. (Nota: esta classificação dos autores não segue exatamente o padrão que se costuma usa na classificação dos gêneros literários bíblicos.)  Diversos exemplos de esboço de sermão são apresentados.

Cada um dos 15 capítulos do livro é concluído com uma série de perguntas para discussão.

> Livro 07: Deus tem algum problema de comunicação?

Dica de leitura 03

É o que parece sugerir Chester Pennington, em seu livro God has Communication Problem – Creative Preaching Today.  Ele foi publicado em 1976 pela editora Hawthorn Books, de Nova York.
Este livro é emblemático porque, na época em que foi escrito, estavam começando a “fervilhar” questões que até anos antes não recebiam grande atenção dos teóricos da homilética, especialmente o sermão como um evento criativo e comunicativo (aliás, assunto não “resolvido” até hoje em certos51RIFRD761L._SL500_ ambientes acadêmicos).
O que Pennington propõe em seu livro nunca antes havia sido feito com tal argumentação e detalhamento.  Por esta razão, em meu juízo, ele é um dos maiores, se não o maior, marco a transição em termos teóricos na área de homilética que aconteceu especialmente nos anos 1980.
A homilética – ou a pregação, em sentido amplo – não acontece em um vácuo.  Se a pregação é a contextualização da Palavra de Deus para o ouvinte de hoje, naturalmente ela precisa ter a percepção de qual é o seu “público-alvo”, para ampliar sua eficácia em termos de comunicação.
O autor inicia o livro afirmando a centralidade da pregação na vida da Igreja – na verdade, o compartilhamento da Palavra de Deus para crentes e descrentes.  (Daí a sugestão do termo “comunicação”, pois traz em sua origem o sentido de “tornar comum”, “compartilhar”.)
A partir do segundo bloco, ele inicia sua “revolução” (lembre-se da data de publicação!), abordando a pregação como um evento comunicativo e, em seguida, como um evento criativo.
Para Pennington, as teorias da comunicação podem ser importantes aliados da pregação. Por esta razão, ele dedica um capítulo (oito) apenas para analisar a pregação como uma instância de comunicação.  Alguns dos temas tratados são: Pregação e informação; Pregação e credibilidade; Pregação e recepção.
O “problema” de comunicação de Deus pode ser o pregador.  Por esta razão, ele precisa sempre buscar os meios para ser um melhor comunicador do Evangelho.

Trecho: “Podem existir diversas razões porque deixamos a igreja sem um sentido claro sobre o que o pregador quis dizer.  Uma é que os próprios pregadores podem não terem tido certeza do que queriam dizer.  Alguns sermões que ouço me convencem que o pregador não definiu claramente o propósito e o tema… Uma comunicação eficaz requer um propósito claramente indicado.  E isto, por sua vez, requer o trabalho cuidadoso do pregador.” (pág. 65)

> Livros 06: A arte e a construção do sermão

Dica de leitura 03

The Art & Craft of Biblical Preaching (A arte e a construção da pregação bíblica) foi “livro homilético do ano” em 2005, nos EUA.  Logo se tornou uma referência em relação aos mais diversos aspectos relacionados com a pregação cristã.

O livro é uma coImagemletânea de 201 artigos (capítulos), escritos por dezenas de autores, a maioria com estudos na área da homilética.  São mais de 700 páginas e um CD que traz gravações ilustrando diversos temas.  Foi publicado pela Zondervan, em 2005 e organizado pelos homileta Haddon Robinson e Graig Brian Larson.

O livro é dividido em 11 blocos: O alto chamado para a pregação; A vida espiritual do pregador; Considerando os ouvintes; Interpretação e aplicação; Estrutura; Estilo; Histórias e ilustrações; Preparação; Entrega; Tópicos especiais; Avaliação. Cada bloco contem, em média, 10 ou mais artigos.

No final, o livro traz uma bibliografia anotada.  Nela, o autor recupera o que julga serem os principais livros que moldaram o desenvolvimento da homilética.

Pela quantidade e qualidade do textos que o livro traz, é uma ferramenta útil para todos os pregadores da Palavra de Deus.

> Explicando…

Após o retorno do blogue, alguns visitantes perguntaram sobre alguns posts.  Eles se referiram especialmente àqueles que são “trechos” de algum livro, artigo, site, etc. Então explico:
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1. Estes posts “trechos” são assim mesmo.  Eles apenas destacam algumas frase de um autor acerca de uma ideia.  O texto completo somente na fonte indicada.  É como se estes posts fossem breves “comerciais”.
2. Os trechos do meu livro PREGAÇÃO CRIATIVA seguem o mesmo padrão acima.  Além de ajudarem na divulgação do livro, indicam “pistas” de mais conteúdo acerca do material postado.
3. As “dicas de leitura” realmente trazem mais materiais estrangeiros, especialmente em inglês.  Existe pouco material em língua portuguesa (embora estes também serão contemplados aos poucos).  As traduções são livres.  A maioria dos livros pode ser encomendada pela Internet. Já as dicas de textos em sites estão disponíveis – em tese – nos links indicados.
4. Eventualmente serão postados conteúdos que não tenham uma relação direta com o foco do blogue, mas que julgo terem alguma afinidade.

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> Ajudando a “ver”

Pregação trechos

“Assim, na pregação, a imaginação pode ser vista como a faculdade de criar experiências sensórias a fim de auxiliar o pregador a “projetar-se para dentro da experiência de outros e… ajudá-los a colocar a verdade em imagens que… podem ver, até sentir”.[i]  Isso sugere a ação de encarnar ideias abstratas em imagens, figuras, narrativas, em realidade concreta – para utilizar a figura bíblica: o Verbo (a Palavra) se fez carne.  É colocar a verdade em imagens que transformam os ouvidos em olhos.”

[i] Luccok, Halford E. In the Minister’s Workshop. Nashville: Abingdon, 1954, p. 113. McCullough, Donald W., Novel Insights: Truth is Stronger With Fiction, Leadership, Primavera, 1990, pp. 34-36, diz: “Se você quer que as pessoas escutem, ajude-as a verem”.

> Livros 03: Pregação Litúrgica

Dica de leitura 03

A pregação cristã (o sermão, a mensagem) é sempre “contextual”, ou seja, está inserida em algum “ambiente” – na verdade, em vários: o teológico, o literário, o cultural, o histórico; etc. – e o litúrgico (o culto ou a missa).  Ela não acontece num vácuo, mas é precedida e seguida de diversos elementos litúrgicos, como a leitura da Bíblia, o canto, a confissão de pecados, a oração, a ceia, etc.  Assim, ela é “afetada” por estes elementos e, ao mesmo tempo, os “afeta”.  (Obviamente, a “pregação litúrgica” somente faz sentido em igrejas que mantém a tradição cúltica do Cristianismo.)index
Um livro relativamente recente que lida com o assunto é Liturgical Preaching (Concordia, Saint Louis, EUA, 2001).  Trata-se de uma  coletânea de 12 ensaios escritos por diferentes autores. Estes são alguns dos temas tratados: O lugar do sermão na ordem litúrgica; Pregação sacramental: A Santa Ceia; Hinódia e pregação; Pregando na comunidade de fé; Lei e Evangelho no sermão e no culto.

Nota: Existem poucos textos sobre o assunto em português.  Em inglês, é possível encontrar diversos materiais – livros e artigos -, além do livro sugerido neste post.  Lembro dois livros mais antigos que abordam o tema: “The Word in Worship: Preaching in a Liturgical Context” , de William Skudlarek, e “The Renewal of Liturgical Preaching”, de George M. Bass.

Trecho:  “Na liturgia, tesouros estão escondidos no campo.  O sermão revela estes tesouros para que o ouvinte possa possuí-los.  ‘Invocação, confissão, absolvição, gratidão, credo, proclamação, intercessão, sacramento, bênção…’  Sem o sermão, não existe diálogo inteligível com a nossa sociedade pós-moderna…  O sermão, ao ver o povo de Deus como a liturgia não pode, leva a vida da congregação ao clímax por meio da Palavra e permite que o Espírito coloque as pérolas nos corações e vidas dos fieis.” (Pág. 21)

> Livros 02

Dica de leitura 03

Alyce M. McKenzie é uma teóloga norte-americana que atua especialmente na área da educação de comunicadores da Palavra de Deus – como pregadores ou professores de ensino religioso.  Seus escritos giram basicamente em torno de dois eixos: “sabedoria” (sapiência – como o livro de Provérbios, do Antigo Testamento) e criatividade na proclamação da Escritura.
Seu último livro, Novel Preaching, de 2010, mostra como os pregadores podem aprender a comunicar a Palavra usando técnicas de escritores de romances.

Esta abordagem não é nova. Um dos pioneiros no uso da literatura secular como “fonte de inspiração” foi o teóloge5ec923f8da019a154b7a010.Lo luterano Francis Rossow, professor de homilética durante muitos anos no Concordia Seminary de Saint Louis, Missouri, Eua.  Todavia, a autora traz dicas importantes para pregadores, especialmente.

Mas indo ao que importa: Na Dica de Leitura de hoje, um livro da teóloga para pregadores e professores (infelizmente, apenas em inglês): Hear and be wise – Becoming a preacher and teacher of wisdom. (Ouça e seja sábio – Tornando-se um pregador e professor sábio – ou de sabedoria). Foi publicado em 2004 pela Abingdon Press, dos EUA.
Segundo Alyce, um dos papeis pastorais que muitas vezes é relegado a um segundo plano é o de ser um “ensinador sábio”, que é capaz de fazer com que seus ouvintes “ouçam e sejam sábios”.  Ela indica quatro qualidades que ajudam para que isto possa acontecer: joelhos dobrados (oração), coração aberto (ouvinte), mente aberta e voz corajosa.
Ao desdobrar estas qualidades, a autora coloca quatro ingredientes que julga importantes na proclamação da Palavra:
a) O emprego do sensorial – replicando a vida humana – por meio de imagens, metáforas, histórias conectadas com as emoções e o intelecto das pessoas.
b) O uso de experiências na primeira pessoa, mas sem apelo narcisista.
c) O ensino sem chatice.
d) A abordagem de questões controversas – sem defensividade e abertura para o diálogo.

Nas 208 páginas do livro, a autora, além da teoria, traz um bom número de exemplos. O livro bíblico bíblico de Provérbios é um referencial recorrente, tanto em termos teóricos como práticos.  Os recursos de  ensinos de Jesus também aparecem com frequência.

> Livros 01: Pregação 360 graus

Dica de leitura 03

A dica de leitura de hoje é o livro em inglês 360 Degree Preaching – Hearing, Speaking, and Living the Word (algo como “Pregação 360 graus – Ouvindo, falando e vivendo a Palavra de Deus).
O autor é M307524ichael J. Quicke, professor de Pregação e Comunicação nos EUA. Foi publicado pela Baker Academic em 2003.
O livro tem dois grandes blocos. No primeiro, Quicke traz seis capítulos que podem ser vistos como uma espécie de “justificação e contextualização da pregação”. Ele aborda a origem da pregação e o seu papel na realidade atual. Um dos capítulos lida com a pessoa do pregador e o poder da Palavra.
No segundo bloco, o autor apresenta uma sistemática para a elaboração de um sermão. Ele a chama de “preaching swim” – algo como “pregação nadar”.
Segundo Quicke, o modelo procura replicar um nado rio abaixo. Ele procura fazer com que o pregador “pule” no rio da proclamação da Palavra de Deus e permaneça focado na energia e no movimento de Deus (no caso do rio, da água), na medida em que sua voz é liberada em uma pregação. Para tanto, ele aborda uma série de estágios do “nado semanal” que o pregador deve fazer – da exegese à entrega, além de discutir os formatos básicos de sermão.
A ênfase do autor é na formatação expositória da pregação, mas pode ser útil para outras formatações (tópico, textual, etc.). De qualquer forma, ele apresenta algumas ideias e sugestões que são inovadoras, criativas.

Trecho: “O pregador precisa usar a criatividade, limitada por uma exegese rigorosa, na medida em que trabalha as possibilidades de foco e função do sermão.” (pág. 159)

Ilustrações # 01

Ajuste a tonalidade

Certas ilustrações podem conflitar com a pessoalidade ou até mesmo com um ponto de vista cristão. Isso costuma ocorrer especialmente com notícias que regularmente aparecem na mídia em geral. O jornalismo tem como característica essencial a busca em ser neutro ou imparcial. Mas você, como pregador, não pode. Você precisa se posicionar, pois é um mensageiro da Palavra de Deus. Quando isso acontece, uma opção é mudar a “tonalidade” da ilustração, ou seja, dar-lhe um caráter mas subjetivo.
Veja este exemplo fictício de uma nota de jornal:
A Editora (tal e tal) publicou recentemente um livro que defende o sexo fora do casamento. Seu título não poderia ser mais explícito: Como pular a cerca sem medo de ser feliz. O livro pretende ser um manual para que homens e mulheres tenham uma vida sexual de sucesso com outros parceiros, que não a esposa ou o esposo, sempre que desejarem. Segundo o autor (tal e tal), o objetivo é liberar homens e mulheres de fardos impostos pelas religiões e sociedades conservadoras.
Agora veja esta nota levemente modificada para os propósitos do sermão:
Um livro lançado recentemente pela Editora (tal e tal) mostra a que ponto chegamos em termos de liberalidade sexual. Para vocês terem uma idéia, o título é Como pular a cerca sem medo de ser feliz. O livro pretende ser um manual para que homens e mulheres tenham uma vida sexual de sucesso com outros parceiros, que não a esposa ou o esposo, sempre que desejarem. Ou seja, pagando 30 e tantos reais você encontra “orientações” de como desobedecer a Palavra de Deus.
(djj)

Linguagem denotativa e conotativa

Quando escrevemos ou falamos, valemo-nos do significado das palavras para expressar nossas idéias. Se quisermos ser objetivos no que redigimos ou falamos, precisamos utilizar uma linguagem denotativa, cujo significado real está no dicionário. É a palavra empregada na sua significação usual, literal, referindo-se a uma realidade concreta ou imaginária. Agora, se quisermos evocar idéias através da emoção ou subjetividade, temos a conotação, que corresponde a uma transferência do significado usual para um sentido figurado. Quando isso acontece, as figuras enriquecem o texto ou discurso. Sem elas, a comunicação fica, digamos, pobre, árida, sem vida. “Quanto mais dramática e não-usual a comparação, mais vívida a imagem que é evocada. Além disso, quanto mais interessante a comparação, mais vívida a imagem.” (djj)