>> Livro 32: A arte de pregar

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O livro A Arte de Pregar, de Robson Marinho, está em sua segunda edição, revista a ampliada. Foi artedepregar_gpublicado pela Vida Nova em 2008 e tem como subtítulo “Como alcançar o ouvinte pós-moderno”.

No prefácio da segunda edição, o autor afirma que “o pregador não pode mais se acomodar
e buscar no arquivo um sermão que fez sucesso há cinco ou dez anos, esperando que esse sermão cause hoje o mesmo impacto que causou no passado.” Seu ponto é: como a maneira de as pessoas verem a Bíblia muda, isto exige uma mudança na forma de comunicação. Assim, como fica evidente no subtítulo, o livro tem um foco em como alcançar os ouvintes modernos, pós-modernos.

O livro acompanhado de um DVD com o curso “7 fatores da pregação relevante”, que trata sobre a sintonia com o ouvinte, comunicação clara, estrutura unificada, ilustrações realistas, introdução criativa e conclusão prática.

ISBN: 978-85-275-0391-4

> A base da pregação cristã

Pregação trechos

Você normalmente prega tendo como base apenas um texto bíblico?  Na pregação dita tradicional, essa é a “regra”.  Mas nada impede que você também exercite a sua criatividade de proclamar a criativa Palavra de Deus através uso de múltiplos textos, ou pela justaposição de textos.  

O uso de múltiplos textos ou de textos justapostos na pregação pode, a princípio, parecer estranho se você está acostumado a utilizar apenas um texto.  Mas este recurso homilético apresenta características interessantes e que podem resultar, com a prática,  em abordagens criativas e variadas.  O tratamento dialético imposto pela da presença de dois ou mais textos pode resultar em uma nova ideia, que poderia não surgir de outra forma.

 

> O exercício da imaginação

” O primeiro passo para um ministério mais criativo é agradecer a Deus por lhe dar uma imaCre 01ginação e pedir que ele lhe ajude a exercitar essa imaginação para que ela seja usada pelo Espírito como uma força criativa em sua vida. A cada manhã, em meu momento particular de devoção, eu coloco diante de Deus o meu corpo, a mente, a vontade, o coração, e a imaginação (Rm 12.1,2) e peço a ele que me use para ser um transformador e não um conformador,  um criador, e não um destruidor.  Estudando, pregando, escrevendo, aconselhando ou conversando com amigos, eu quero que a minha imaginação me enriqueça e me ajude a ter o discernimento para ministrar o melhor que posso.”[i]
[i]
Wierbse, Preaching & Teaching with Imagination, pp. 290, 291.

Ouvindo a voz de Deus

Killinger sugere que o chamado do pastor, antes do que falar, e antes do que ouvir, é um chamado ao silêncio.  É um chamado para reconhecer, como fez o profeta Isaías, que os seus lábios não eram merecedores de comunicar a vontade de Deus, pois eram impuros e que habitava em meio de um povo de lábios impuros.  Somente depois que Deus toca os lábios com o seu perdão é que ele pode falar dos seus mistérios (cf. Isaías 6.1-12).[i]

Ficar em silêncio diante de Deus não é fechar os ouvidos.  É ficar quieto, abrir espaços para ouvir a voz de Deus.  Deus é a fonte da mensagem que o pregador deve levar ao povo.  O pregador que não silencia e ouve a voz de Deus é um pregador vazio, sem mensagem, sem chamado.  Ele se torna irrelevante.  (djj)


[i] Killinger, 

E lá se vai a comunicação!…

Assim, a partir da queda, a história do ser humano passou a ser marcada por situações e estruturas que constantemente o afastavam de um diálogo com Deus, cerceando, assim, a comunicação.  É o que se vê, por exemplo, no episódio da torre de Babel, no qual houve falta de comunicação (e comunhão) com Deus e que também resultou na ampliação das já danosas conseqüências nas relações interpessoais entre os seres humanos.

Um fato que caracteriza bem a ruptura da comunicação entre os seres humanos é mostrado na história bíblica de Caim e Abel.  Após ter matado seu irmão Abel, Caim foi interpelado por Deus com a pergunta: “Onde está Abel, teu irmão?”.  A sua resposta foi: “Não sei; acaso, sou eu tutor de meu irmão?” [i]  Caim , “além de romper a fraternidade, cercear a comunicação, ele ainda renega a resposta para com aquele que o revela a si mesmo…”[ii] (djj)


[i] Gênesis 4.8.

[ii] GOMES, Pedro G. “… e Deus rompeu o silêncio!”. São Paulo: Paulinas, 1980, p. 16.

E começa a comunicação

A comunicação de Deus na criação

 

O ato de comunicação implica, sempre e necessariamente, em um diálogo, no qual um dos interlocutores toma a iniciativa para um determinado propósito.  Esta situação verifica-se de maneira bastante clara já no ato divino da criação.  Neste caso, foi o Criador quem desencadeou o processo, quem tomou a iniciativa.  Para a sua “primeira comunicação”, Deus usou a sua palavra[i].  Ela foi o meio de criação, ou seja, foi criadora.  No momento em que Deus disse a sua Palavra, as coisas tomaram forma, vieram a existir.

Na escala da criação, o momento máximo da palavra criadora aconteceu quando Deus falou “Façamos o homem à nossa imagem e semelhança”[ii].  Segundo as Escrituras Sagradas, da Palavra de Deus nasceu a vida – vida repleta de potencialidade para se comunicar, o que é caracterizado pelo propósito de Deus em relação à sua criatura: “E Deus os abençoou, e lhe disse: sede fecundos; multiplicai-vos, enchei a terra e sujeitai-a; dominai sobre os peixes do mar, sobre as aves do céu, e sobre todo animal que rasteja pela terra”[iii].  Com esta ordem geral, o Criador inicia o processo de comunicação com a sua criatura.

A palavra de Deus criou o ser humano para determinadas funções específicas.  A resposta da criatura simboliza–se no cumprimento destas funções: realizando o que Deus ordena, o ser humano passa a dialogar com o Criador.  E aí, o círculo se fecha.  Uma comunicação de duas vias, portanto.  Por isso, pode-se dizer que, no início, havia o que se pode chamar de comunicação perfeita entre o Criador e a criatura.  Não havia barreiras ou ruídos de espécie alguma na comunicação de ambos. (djj)


[i] Cf. Hebreus 11.3.

[ii] Gênesis 1.26.

[iii] Gênesis 1.28.